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EXU

Dedicamos um culto e uma compreensão especiais a Exu, que nos veio do Candomblé se destacando em importância em nossa Umbanda de tal forma que teve seu entendimento ainda mais dividido para possibilitar um enfoque em devida concordância com o resto do ritual.

A caracterização antropomórfica do Orixá Exu africano acabou sendo absorvida pela nossa religião em seu início como designação de uma Falange que se apresentava nos mesmos moldes arquetípicos que o mencionado Orixá.

Não se tratava de um Orixá, mas tão somente da utilização do mesmo nome. Como o Orixá Exu representa a Força que mantém a Criação em sua dinâmica, não pode atuar de forma parcial ou mesmo de forma constante num mesmo sentido. Diferente de outros Orixás que tendem à apresentação de padrões e arquétipos bem definidos, Exu representa exatamente a quebra do pré-definido, a subversão da ordem estabelecida, entre outras funções essenciais ao pleno funcionamento do Cosmo.

Não podemos nos deixar levar por possíveis ecos de uma criação cristã que tudo divide em certo e errado; bom e ruim; bem e mal. Não há luz sem sombra. Não há amargo sem doce. As polaridades são simplesmente indispensáveis. Iludido é o religioso que acredita só atuar em um sentido. Aquele que só olha para a luz, esquece a importância da sombra. Enquanto estivermos completamente subjugados pela dicotomia terrena, impossível será a caminhada espiritual legítima. Aproveitamos para rejeitar aqui qualquer comparação entre esta grande força da criação e o conceito cristão de diabo ou Satanás. Como nos ensina o professor Beniste: “Na cultura yorubá, como nos Candomblés Kétu, não há nenhuma divindade que se assemelhe ao diabo ou o demônio dos cristãos.”

Enquanto este está em constante oposição ao Deus cristão, o Deus yorubá tem em Esu um servo fiel, com a função de informante dos acontecimentos diários na Terra.”¹ A satanização de Exu se dá na mesma linha de raciocínio empregada pelas religiões que se propõe à dominação religiosa e afirmação de sua supremacia pelo descrédito das crenças e dos deuses das outras religiões.

Rejeitamos ainda a divisão comumente aplicada de nossa religião em umbanda e quimbanda, sendo a primeira representante do bem e a segunda do mal, pensamento claramente afetado por forte carga de religiosidade cristã mal compreendida. Tanto o bem como o mal são partes indivisíveis de Deus. Não haveria Criação ou criado sem os opostos.

Acrescentamos ainda que o mundo dos opostos, conforme nos ensina brilhantemente a doutrina budista, é exatamente o que se encontra entre nós e a Plena Realização espiritual. Enquanto estivermos presos a julgamentos de valores mesquinhos e parciais, continuaremos presos à esta realidade. Como duas faces da mesma moeda, se escolhemos só realizar o denso, nos esquecendo do sutil, permaneceremos com uma das metades da realidade, presos ao cativeiro da parcialidade e da ignorância.

Seria o deus Mercúrio na tradição européia, por exemplo. Como os deuses e os humanos não habitam o mesmo plano, deve-se sempre louvar a força responsável por deslocar do mundo dos homens em direção ao mundo dos deuses, qualquer pedido de intervenção desejado.

Assim, a força de Exu é considerada, de forma genérica, a energia primordial, responsável pela comunicação entre os planos e realização de tudo quanto há. Exu deve ser sempre reverenciado em primeiro lugar uma vez que não podemos movimentar a energia que for sem o “consentimento” de Exu. Nenhum Orixá poderá ser animado sem que Exu esteja lá atuando no sentido desejado.

Lembramos ainda mais uma vez que não se deve confundir essa força Exu considerada um padrão energético cósmico que atua de inúmeras formas, com a forma assumida por seres de planos elevados que conhecemos como a Falange de Exu e Pombagira. Vale ressaltar que Pumbo Ingila e, posteriormente, Bombogira, que gerariam a palavra Pombagira, seria o Inquice (nome dos deuses da tradição de Angola) equivalente ao Orixá Exu Nagô. Na Umbanda Exu toma o nome de Catiço para diferencia-lo do Orixá.

Origem do Nome

Esú (esfera) e Pombagira (Pumbo Injila ou Bombogira) são nomes, respectivamente, do Orixá (ketu) e Inquice (Angola) cujas características de comunicação e ligações com o Plano Telúrico fizeram com que nossa Umbanda utilizasse o mesmo nome para designar Falanges cujos trabalhos têm características arquetípicas semelhantes às dessas forças da Natureza.

Mantra

Laróye Esú (Salve Exú!); Exu Mojubá! (Senhor Exu, meus respeitos!)

Qualidade Divina

São os senhores da comunicação e da grande plasticidade do mundo astral.

Astro Canalizador

Mercúrio

Fase Lunar

Fase Lunar

Campo de Ressonância

Encruzilhadas e cemitérios.

Cor

Vermelho, preto e dourado

Ferramenta

Ferramenta

Número

Número

Chakra no qual Atua

Chakra

Flores

Flores

Essências

Cedro (Exu da Kalunga), Patchouli (Pombagira da Kalunga), Canela (Exu da Encruzilhada), Rosa vermelha ou verbena (Pombagira da Encruzilhada).

Metal

Ferro e todos os demais.

Pedra

Pedra-cruz

Datas Comemorativas

Todo o período do carnaval e 13 de junho.

Dia da Semana

Segunda-feira.

Horário Vibratório

21h às 6h e 12h

Imã (Comidas)

Farofa de dendê e cachaça, alho, cebola, pimenta malagueta (Exu) ou dedo-de-moça (Pombagira). Suas comidas levam pimenta e atarê, pimenta-da-costa, que afasta a morte e cachaça. Para o seu assentamento se “encante” é preciso misturar à cachaça, a saliva da pessoa.
Seu obi preferido é o vermelho. Os obis vermelhos também são usados para os Orixás “quentes” como Ogum e Yansã, ou para médiuns com mais de sete anos de feito, os Ebômis. As farofas são:

Dendê – para agilizar algo. Acelerar.
Waji – para dinamizar.
Gema de ovo – para prosperidade.
Clara de ovo – para ser despachado às sextas-feiras.
Mel – feitiço para adoçar, amansar.
Frutas: limão, banana cana-de-açúcar e todas as frutas cítricas.
Bebidas: todas as bebidas fortes.
Banana cozida – para ereção.
Banana-da-terra com dendê – para esquentar aquele que é potente.
Atarê – para afastar a morte.
Orobô – para pessoas com problemas digestivos.

Libação (Bebidas)

(bebida) Cachaça (marafo), bebidas alcoólicas em geral.

Ervas

Aroeira (Àjóbi); Pinhão Roxo (Bòtúje Pupa); Tiririca (Dandá); Mamona (Lárá); Picão (Abéré); Trombeta (Àgogó); Dormideira (Ápéjè); Pimenta Malagueta (Ata); Pimenta-do-Reino (Ata Dudu); Sapê (Ekun); Mastruço (Ewé Isinisini); Coroa-de-Cristo (Ikikigún); Cana-de-Açúcar (Ìrèké); Arrebenta-Cavalo (Ewé Bòbó); Bico-de-papagaio (Mulungu ou Odidi); Azevinho (Sukuí); Palmatória-de-Exu (cactus); Aroeira; Canela; Cravo (condimento); Amendoeira, Mirra, Pau-d’água (Pèrègún), Alfazema, Folha-de-bananeira.

Número de Folhas

7 ou qualquer número par.

Toque no Atabaque

Sincretismo

Odu

Mandala

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